quinta-feira, 13 de maio de 2010

Educação e Vida

Tecnologia na Educação [*] Eduardo O C ChavesTecnologia na Educação [*] Eduardo O C Chaves

Tecnologia na Educação [*]

Eduardo O C Chaves

I. Tecnologia

Há muitas formas de compreender a tecnologia. Neste artigo a tecnologia é concebida, de maneira ampla, como qualquer artefato, método ou técnica criado pelo homem para tornar seu trabalho mais leve, sua locomoção e sua comunicação mais fáceis, ou simplesmente sua vida mais agradável e divertida.

A tecnologia, neste sentido, não é algo novo – na verdade, é quase tão velha quanto o próprio homem, visto como homo creator.

A INTERAÇÃO POSSÍVEL ENTRE MÍDIA E EDUCAÇÃO

A INTERAÇÃO POSSÍVEL ENTRE MÍDIA E EDUCAÇÃO

Audre Alberguini
Jornalista e mestre em Comunicação Social

Nos dias de hoje, a mídia participa em grande medida da formação das pessoas, principalmente de jovens e adolescentes. O uso dos meios de comunicação como ferramenta de apoio ao processo de ensino-aprendizagem já faz parte da rotina de milhares de professores e alunos dos ensinos fundamental, médio e universitário no Brasil. Para possibilitar a troca de experiências em andamento, bem como discutir formas de ampliar e diversificar o acesso da mídia à sala de aula, foi realizado o 1º Seminário Nacional: O professor e a leitura do jornal.

Entre os dias 29 e 31 de julho passado em Campinas (SP), cerca de 300 professores, além de profissionais e pesquisadores das áreas de Comunicação e de Educação, reuniram-se em conferências, mesas-redondas e apresentações de painéis de trabalhos. No encontro houve também o lançamento do livro Nas telas da mídia, organizado por Maria Inês Ghilardi e Valdir Heitor Barzotto, da Editora Alínea. Na conferência inicial, Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), ressaltou diversas questões sobre a Sociedade da Comunicação e os impactos que esta traz às pessoas.

Na mesa-redonda O jornal enquanto instrumento de educação, Maria Amélia de Barros, coordenadora do programa Estado de Minas vai às aulas, do jornal Estado de Minas, falou dos entraves ao professor na adoção da mídia como ferramenta na escola. “O professor muitas vezes desconhece como o produto jornal é feito e como este funciona”, analisa. “Às vezes o professor tenta didatizar o jornal, mas se ele não conhece o produto, não saberá usá-lo em aula”.

Na opinião do professor Juvenal Zanchetta Júnior, da Unesp de Assis, o quadro atual de uso da mídia na escola aponta para a falta de uma política oficial de educação para os meios. Para ele, um dos desafios para os professores com o uso da mídia é acabar com a “ditadura do presente” em que vivem os alunos. “O jornal trabalha com tempo histórico e contextualiza os fatos. Como trabalhar com o tempo histórico do jornal com alunos que têm o foco no presente?”, questiona.

Na conferência O professor e a leitura do jornal, o professor Mário Cortella da PUC-SP ressaltou que o jornal é uma ferramenta poderosa para captar nos alunos o interesse pelo processo histórico, através do presente. No entanto, o veículo deve ser empregado com cautela, observando-se todos os interesses políticos, ideológicos e mercadológicos envolvidos nas informações.

No encontro houve também a apresentação de experiências bem-sucedidas de aproximação da mídia à escola. Um deles é o programa da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), que desenvolve o Jornal na Educação, que engloba o trabalho de 36 jornais de todo o Brasil. A professora Cecília Pavani apresentou o projeto Correio Escola, do qual é coordenadora. A professora do ensino fundamental, Claudenice Rovere, falou dos trabalhos de uso da mídia na educação elaborados por professores na Escola Municipal Otílio de Oliveira, em São Bernardo do Campo (SP). Já a jornalista Januária Cristina Alves destacou a importância do professor como facilitador do uso do jornal no projeto Folha Educação, do jornal Folha de S. Paulo.

Outras mídias, além do jornal impresso, também tiveram espaço no evento. A pesquisadora

Maria Teresa Egler Mantoan, da Faculdade de Educação e do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied), ambos da Unicamp, falou do projeto de software educativo chamado Caleidoscópio, criado pela equipe do Nied, e sobre a importância das novas tecnologias de informação, especialmente a Internet, no processo de educação.

A professora Ivete Cardoso, da PUC-Campinas abordou a programação da Rádio Educativa de Campinas, da qual é diretora. A Rádio, que existe há três anos por iniciativa da Prefeitura Municipal da cidade, está ligada à Secretaria Municipal de Cultura. De acordo com Ivete, a programação jornalística da Rádio Educativa de Campinas procura democratizar a pauta e praticar um jornalismo mais interpretativo, além de ouvir pessoas que não são notícia nas emissoras comerciais.

O professor Carlos Vogt, coordenador do Labjor, na conferência Jornalismo científico e magistério apresentou um panorama atual do jornalismo científico no Brasil e salientou como a revista eletrônica ComCiência, a revista Ciência e Cultura e o programa televisivo Ponto de Ebulição, nascido da reformulação do programa Brasil Pensa – todos projetos do Labjor – podem ser instrumentos capazes de enriquecer e facilitar a divulgação do conhecimento científico entre alunos.

Vale ressaltar que o emprego da mídia como recurso pedagógico não isenta a escola de seu papel primordial de educar, ou seja, não se busca, com o uso desses meios, substituir ou anular a função dos professores, dos livros didáticos e da própria instituição escolar. As imposições do mundo atual vão no caminho da abertura da escola à mídia, na direção de um diálogo e na superação dos estereótipos que ainda cercam essa relação.

O 1º Seminário Nacional: O professor e a leitura do jornal foi promovido pela Cooperativa Educacional Acorde, pela Rede Anhangüera de Comunicação, pelo projeto Correio Escola, pela Unicamp e pela Prefeitura Municipal de Campinas, sob a coordenação do professor Ezequiel Theodoro Fracalanza e da professora Cecília Pavani. O segundo seminário está sendo programado para 2003.


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